sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Elemental
Arlete (pronuncia-se Arlête) dançava bêbada e feliz com as amigas no Bosque, parque público de Luanda. Construído pelos portugueses, está abandonado, mas ainda revela traços sofisticados de seu projeto paisagístico. Acho que deva estar mais bonito hoje.
Quando começo a fotografar ficamos extasiados – eu, pela cor de seus olhos, ela pela minha câmera. Aproxima o rosto da objetiva e arregala o olhar. Parece em transe.
Era final de tarde e a vegetação fechada. Quase não havia mais luz. Intuí que o verde de seus olhos ganharia magnitude em plena claridade. Convidei-a a caminhar comigo em busca de luz. Deu-me o braço. Esperava encontrar um “buraco” por entre as copas das árvores que permitisse a passagem de um foco de luz suficiente apenas para iluminar seu rosto. Achei (dá para ver o reflexo na íris). E o resultado foi esse, a foto acima.


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